"Os Cegos do Castelo"
As vezes pensamos que já vimos tudo. Afinal de contas, passamos todos os dias por aquele lugar. E qual não é a nossa surpresa, quando ao trocarmos de calçada, percebemos que não vimos quase nada? Cada vez mais, percebo que neste mundo tudo está sub-entendido, nada se mostra por completo. Nossa visão é pobre. Deve ser por isso que nos chamam de pessoas e não de deuses.
1 comment:
Depois do setimo cigarro, este acendido na derradeira brasa do sexto, a cabeça dava sinais de começar a doer. O frio não diminuiu, nem as penas. A cidade não se estende também. Eu caminho em círculos e descubro detalhes.
Os dedos de fora a suportar o cigarro, quase insensíveis, é o ar quem anestesia. O ar que eu busco para aliviar minhas dores. O ar que me falta em noites intermináveis quando o sono se recusa a vir, e não vem. O ar. Etéreo, o ar. Intangível, o ar. O ar frio, muito frio. A fumaça que sai da boca cristalizada, cigarros, suspiros e dejetos vindos da alma. Brinco com o ar. Meu vizinho carrega uma pizza e refrigerantes e passa por mim apressado sem sorrir. Ele não me vê. Eu me misturei com o ambiente. Agora eu sou um camaleão de éter.
Faz frio aqui, meu bem, muito frio.
E no frio qualquer peteleco dói como uma pancada.
Eu comecei a escrever isso certa vez...não terminei, mas depois do seu post, faz algum sentido...(mesmo q pouco)
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