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Johnny Escreve Canções Sobre Fantasmas: May 2007

Tuesday, May 29, 2007

Cemitério de Palavras

Já esqueci de quantas vezes deixei de dizer palavras que ficaram esquecidas, sufocadas pela razão. E o tempo de dizê-las por mim passou, fazendo da minha cabeça este cemitério de palavras. Quanto desperdício de sentimentos, quantos quereres sem a chance de poder. Quantas vontades, quantos olhares a falar por mim. E os sons transformados em silêncio, sem a melodia que embala toda a ação. Nunca deixe de dizer tudo o que seu coração mandar, por vezes, nos privamos de tentar e o amor então passa por nós. Na tua voz reside a tua força e o som de tuas palavras é como música e sentimento, em ondas que se agitam pelo ar e que quebram em ouvidos alheios. Não há como sobreviver a este cemitério de palavras, cada história ali escondida faz da minha vida uma lembrança que quero esquecer. Por isso, nunca deixe de dizer, não se faça sufocar e o se o tempo ainda existe, em suas palavras ele está. Som, sentimento...ação, movimento...a vida desfilando em ondas que se agitam no ar e que quebram em ouvidos que podem lhe escutar.

Wednesday, May 23, 2007

Repetir-se

Estava lendo um texto da Tati Bernardi. No entanto, percebo um repetir-se que vai além do fato do texto não ser inédito. Mas, me esforçando um pouquinho ( e eu faço isso sempre que tento ser inteligente) percebo um certo sentido. A vida é assim mesmo. Vivemos num círculo vicioso e quase todos queremos as mesmas coisas: um amor real, um emprego legal, um pouco de dinheiro pra gastar e um outro tanto pra distribuir (sim...nós tb queremos ser bonzinhos). Queremos sexo animal, beijos calientes e promessas de uma eternidade que termina sempre que alguém nos diz adeus. É minha cara, viver é muito mais do que abrir os olhos todas as manhãs. É muito mais do que um querer. Viver é fazer do impossível algo possível. È aceitar o que nos falta e distribuir o que nos sobra. Seria como juntar conchinhas no mar...e perceber ao final de tudo que elas devem sempre estar lá. Mas pq diabos então queremos sempre levá-las para casa? É, viver é praticar a arte do desapego. Até sei que o que nos prende a alguém é já saber que a gente sempre sobrevive à uma despedida.

Tuesday, May 22, 2007

Vibe

Guardei meu tesouro no fundo do mar e as ondas vibrantes do viajante alucinado fez chover no meu quintal. Todas as palavras antes esquecidas testemunharam contra mim e o peso da injúria maltratou meu coração. Nem tudo é vibe meu amor, descansa teu pesar. Pura lisergia, a lua mergulhou no mar e fez tremer o próprio chão. O poeta, então louco e vestido de sua armadura travou batalha entre o bem e o mal. Se fosse simples amar assim, pensou ele. Se todos os dias fossem de sol e a turma enlouquecida estivesse sempre na praia a cantar. Ele vestiu o tempo e fez da noite dia e do dia uma aquarela. Jovem poeta, Johnny, o anjo sem asas na porta do inferno. Seu amor, sua loucura. Seu sorriso era de dor e seus sonhos a despencar. Pobre louco, onde está sua vibração? Johnny o poeta das palavras sem sentido. Vibe! Vibe! Vibe! E ele então ressucitou dos mortos. Um cemitério de palavras e na lápide apenas uma frase: "Viveu e amou o mundo e as pessoas."

Monday, May 21, 2007

Love's Not A Competition - But I'm Losing*

O amor não é uma competição, mas eu estou perdendo. Na verdade já perdi as contas de quantas vezes me vi jogado ao chão. De quantas vezes vi o sonho se tornar pesadelo, de quantas vezes fraquejei diante do "inimigo". Não esqueço porém, e isso acontece sempre com os que apanham, de todos os amores que tive na vida. Cada um tem um lugar especial na minha vida, na minha história. Estão todos perdoados, todos carinhosamente perdoados. O rancor nunca fez parte das minhas atitudes e no amor não seria diferente. Aceito muito bem as minhas derrotas e sinto que embora agora esteja perdendo alcançarei um dia a glória. Quem sabe este dia não esteja tão distante, nem seja o sonho um lugar comum para aqueles que amam. É preciso saber cuidar de nós mesmos, é preciso aprender a amar. Estou aprendendo, lentamente aprendendo. Quantos erros reconheço ao olhar para trás, quantas batalhas perdidas por erros banais. E se eu tivesse tido mais atenção? E se a noite fosse mais longa? Se eu agradecece mais pelo sol brilhante? Pelas estrelas Cintilantes? Pelo amor que me deram? Quantos erros, quantos erros! O amor não é uma competição, mas eu estou perdendo. Sei que não será para sempre. Aliás, nada será para sempre. Tenho quisto tantas coisas, tenho experimentado tantos sabores. Mas, e o meu amor verdadeiro, onde está? Onde estará? Aguardo com a paciência de um monge. Não tenho a sabedoria dos sábios, nem o poder dos deuses, mas serei justo. Serei justo e digno do meu amor. Não poderei jamais traduzir em palavras todo o meu amor, mas tenho comigo a força, a luz que o fará sentir melhor nos braços meus. Que assim seja...eternamente, ainda que nada seja eterno.

* Uma referência à música "Love's not a compettition - But I'm winning" da banda Kaiser Chiefs.

Saturday, May 19, 2007

Rascunhos de Uma História Qualquer

Muitas vezes me pego querendo encontrar explicação, quando sei que nada que possam me dizer me fará sentir melhor ou pior. Todos nós temos a medida da nossa dor e sabemos o tamanho do amor que sentimos. Queria esconder de mim mesmo sentimentos que à todos se faziam perceber. Todas as palavras conspiraram contra mim e o silêncio, escravo das minhas vaidades, teceu a rede que me prendeu. Fez do mar revolução e das ondas, de espumas quase sempre brancas, o marrom da minha tormenta. "Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira", já cantava Renato Russo. Quando falo que me traio é sobre isso que me refiro. Preciso ter coragem para admitir os meus erros e sabedoria para não voltar a errar. Quando tento esquecer é quando eu mais me perco. E assim, todas lembranças me fazem ver que o sinto não me faz bem. Sorte a minha perceber tamanha loucura. Saber conviver com o passado é fazer do presente um futuro melhor. Os poetas são todos mestres em lembrar. As palavras então carregam consigo não apenas o tempo do breve dedilhado dos dedos, mas tb todos os dias de luta. Viver é travar duas batalhas...uma consigo mesmo e outra com o mundo. Johnny e eu beijamos a lona muitas vezes, mas antes da contagem acabar já estávamos em pé. Tudo em nossas vidas tem sido assim, uma constante luta contra o tempo. O tempo certo de amar, o tempo certo para se dizer adeus. Agradecemos ainda assim a oportunidade que nos foi dada. Todas as ruas deste mundo carregam um pouco de nós e nós carregamos todos os sorrisos e todos os olhares de adeus. A vida então passa a ser como o vento que faz arrastão por onde passa. Os papéis que rodopiam no ar fazem cair de suas linhas tortas as palavras que escrevo agora. E nada, nada neste mundo será para sempre. A eternidade de qualquer história é muito maior do que todas as palavras que se possa escrever. Ela sobrevive sempre que lembramos que o importante é viver...simplismente viver.

Friday, May 18, 2007

Retrato Do Poeta Quando Jovem Cão*

"Nunca mais abro a janela do meu quarto...num dia cinza...sei que o sol fica escondido atrás das nuvens...não ilumina...nem penso muito no que pode acontecer...enquanto arrumo...todas as coisas que eu sinto...o meu passado e o meu destino..." (Acústicos & Valvulados)

Johnny não me deixa esquecer aquelas tardes cinzas em Porto Alegre, tempos distantes. Espiava pela janela os carros desfilando pela avenida e então lançava meu olhar em direção ao horizonte e perguntava a mim mesmo se a vida seria sempre assim...triste, como uma tarde sem sol. Johnny, então muito moço, sorria com a alegria de um jovem poeta. Ele me falava que um dia a gente estaria num lugar distante, perto do mar, das ondas...do sol que se desdobra em ondas cheias de calor. Ele sempre soube. Estivemos em muitos lugares desde então. Os anos passaram e Johnny, apesar da idade, ainda tem aquele mesmo sorriso, aquele mesmo olhar. É muito estranho perceber tudo isso, agora que estamos regressando à nossa terra natal, às tardes cinzas, à janela embaçada pela chuva fina. Johnny me ensinou tantas coisas sobre a vida, sobre o mundo e sobre as pessoas. Me fez sonhar com noites perfeitas, amores verdadeiros e com um mundo melhor. Me fez desfilar por ruas e mais ruas de um mundo que só pertence a nós dois. Ninguém jamais poderia entender o que nós tb não saberíamos explicar. Deus sabe, nós desconfiamos e as palavras...estas fazem de nós muito mais do que um simples retrato. São quase um testamento.

* Uma alusão à "Retrato Do Artista Quando Jovem Cão", do escritor Dylan Thomas.
Retrato De Um Amor Invisível

Quando olhei no espelho e percebi as lágrimas que escorriam dos meus olhos, jurei nunca mais amar assim. Minhas mãos erguidas em direção ao rosto, cheias da água fria da torneira (que corria sem parar), me trouxeram uma certeza. De que adianta amar assim? Respirei fundo e tornei a me olhar no espelho e sorri. Vc é o cara! Johnny me disse. E eu acreditei. E então, não chorarei mais, nem uma lágrima sequer. Resolvi dar a mim o amor que tinha pelos outros. O amor que não quiseram. Agora é tarde, Johnny...muito tarde. Esse amor que tenho por mim mesmo...sempre esteve ali...invisível, renegado ao segundo plano. Pois, bem...agora ele tem a preferencia. Vou cuidar de mim...só de mim. E se alguém um dia de mim se lembrar, que seja em um sonho breve. Pq aquele eu, não existe mais.

Thursday, May 17, 2007

O Amor Tem Sempre a Porta Aberta

Johnny está mais calmo. Parece que desistiu da idéia de me abandonar. Melhor assim. Tenho evitado pensar em certas coisas e isso tem ajudado bastante. As vezes o mundo parece girar rápido demais e se torna inevitável sentir-se assim...meio atordoado. Mas, Johnny parece que tirou de letra. E eu tb estou muito melhor. Sinto um certo frio, mesmo qdo a janela está fechada, mas sei que isso passará. Estamos em ritmo de partida. A casa vazia vai mudar de endereço, e como diz aquela música do Muddy Watters: "Pedras que rolam, não criam limo". Ou seria musgo? Não sei, não lembro ao certo. O importante é encarar mais esta mudança e ter na mente a certeza de que nada é por acaso. Algo de bom nos espera. Pode ser aqui em Floripa, em Poa, Curitiba, Sampa e até mesmo em Nóia! Johnny e eu selaremos nosso destino. Vamos tocar nossos projetos e vamos chegar onde queremos. Os sentimentos deixaremos ao acaso. Não temos mais aquela urgencia. Aprendemos que a pressa não traz a perfeição. Que o amor é algo que vem devagar e se instala. Não é essa coisa de bateu, valeu. Quem pensa assim não sabe que mar navega. É preciso fincar raízes fortes, erguer uma base sólida. Johnny e eu seremos mais pacientes e menos ansiosos. Talvez a perfeição nos chegue e confirme que "o amor tem sempre a porta aberta".

Tuesday, May 15, 2007

Rabisco poucas linhas e faço destas poucas palavras um último presente para vc. Talvez vc ainda escute nessa vida muito do que direi agora, mas ainda assim faço questão em dizer...para vc, só para vc...

Quando meu olhar encontrar o mar

Qdo eu descobri no seu olhar
a onda que quebrou no mar
pensei então em me lançar
nos braços seus

qdo eu senti nos lábios seus
uma corrente a me puxar
pensei então em me entregar

foi como lançar-se ao mar
e deixar-se levar
meu corpo no corpo seu
um peixe a nadar no mar

qdo vc me pescou no mar
em seus lençóis eu me prendi
e de alguma forma agradeci
por estar ali
tão perto de vc

e então
era um mar de amor a me guiar

qdo eu vi o mar do seu olhar
pensei em te abraçar
e então eram dois corpos
em um único mar

um mar de tanto amar
um querer mais que nadar
ao encontro dos lábios seus

eu quase morri de tanto amar
e seu olhar ainda olhava o meu

jurei pra mim nunca esquecer

qdo o meu olhar encontrar o mar
é de vc que vou lembrar
Quando O Inverno Chegar

O olhar no espelho não me engana. Estou triste, muito triste. Sinto uma dor no estomago, que parece me corroer. Mas, sei que ela vai passar. Tudo passa. Caminho pela casa, mas não sinto um chão sob meus pés. Ando a esmo, sem destino. Eu tinha um mundo inteiro á descobrir, uma vida. E agora toda verdade sobre o mundo e sobre a vida cabe na palma da minha mão. Minha mão espalmada é incapaz de esmagar um sentimento, apertar uma flor. Talvez, o espinho até me faça sangrar, mas não me importo. O que vale é o perfume, o seu perfume. Sinto falta do beijo, do abraço, do cheiro e até mesmo do seu jeito de não encontrar muita razão no que diz e no que faz. Queria entender muitas coisas e até mesmo esquecer que a vida para mim tem sido assim mesmo...uma repetição contínua de um mesmo pesadelo. Um sonho que não se realiza, não se concretiza. Me sinto cansado, muito cansado. As vezes parece que todo esforço é inútil. Que todo querer é em vão. E as palavras, todas elas repetidas, não dizem nada além do que já sei. Pela casa vazia, eu espio seus fantasmas. E tímidamente, eles se aproximam. Fazem graça e até mesmo me fazem sorrir...mas dói. Dói muito. Johnny disse que vai me abandonar. Quer desmanchar a nossa parceria. Ele não consegue entender que fiz o que pude e talvez até mais do que deveria. Mas, ele volta atrás. Ele sempre diz isso toda vez que me ve assim. Nem arrisco espiar na janela, já não me iludo com a paisagem. Espero apenas o inverno chegar. E quando ele aqui estiver, talvez eu já tenha partido. Não sei se Johnny estará comigo, ou se dessa vez ele cumprirá a sua promessa. Mas, espero que ele reconsidere. Eu preciso dele e ele de mim. Muitas vezes sinto que ele é tudo o que tenho. Enxugo as lágrimas e abraço a mim mesmo. O mundo é assim Johnny, nós é que não pertencemos á ele.

Saturday, May 12, 2007

"Soft Way"

Aos poucos Johnny e eu estamos ficando um pouco mais leves. As neuras estão sumindo e a vida está se tornando um passeio agradável. Chega de fechar os olhos, eu quero ver a vida de olhos abertos. Bem abertos! Hoje faz sol em Floripa e eu começo a contar os dias. Nóia me espera! Leia-se: Novo Hamburgo-RS. Cidade de moças bonitas, gente interessante. E POA está logo ali...com sua cena cultural enorme, lugares interessantes e mais, muito mais gente bonita. Não é Hollywood, mas tem uma calçada da fama. Não é Paris, mas tem seus bistros. Não é Londres, mas acredite, vc pode se confundir. Não é a Argentina, mas vc pode se sentir lá. Não é a Alemanha, mas vc já deve ter escutado o Nei Lisboa cantar: "Berlin, Bonfim". Enfim, POA é o lugar. Não tão grande qto Sampa, nem tão pequena ao ponto de vc não poder se perder. Mas, Johnny e eu somos cidadãos do mundo. E agora, mais do que nunca, desfilaremos por POA, Floripa, Curitiba e São Paulo. Temos negócios em todos estes lugares. E temos pessoas tb. Parentes, amigos, colaboradores, fãs e ídolos. O mundo nos pertence e nós pertencemos á ele. Ser eclético, é ser tudo. E nós somos tudo isso. O mundo nos deve favores, mas nós somos educados e não cobramos por isso. Deus sabe, nós tb sabemos. Todos sabem. Sir Johnny e eu fazemos a diferença. Hahahahaha...estamos nos achando. Mas, sabe que é bom?!

Wednesday, May 09, 2007

Kate Avenue, n° 73

Londres sempre me fascinou e agora mais ainda. Johnny e eu descobrimos que nossa amiga Kate vai desfilar por uns tempos por suas ruas. Duas paixões num único cartão postal. Para Johnny, Kate é uma avenida. Um mundo num único código de endereçamento postal. Múltiplas facetas de um único e maravilhoso ser. Johnny ainda se lembra de como a conheceu. Foi através da Comunidade Top 5, baseada no filme Alta Fidelidade. Quando viu aquele rosto estampado á frente de um comentário inteligente, foi logo pensando "preciso conhecer essa mulher". "Vc é isso tudo mesmo ou meus olhos estão me enganando?" Ela respondeu: "Se vc estiver falando da foto...eu sou isso mesmo". Não lembro muito bem das palavras, mas foi algo assim que ela falou. E nós então passamos a ser todo ouvidos para suas palavras. E que palavras. Descobrimos o seu blog, as suas neuras, os seus amores, enfim tudo o mais. Então passamos a desfilar por aquela "avenida". Não existia uma placa, mas podiamos imaginar: "Kate Avenue". Uma avenida em Londres? Será? Não sei dizer. Londres para mim sempre foi um ponto no mapa. Um sonho não realizado. Mas, Kate não. Kate sempre foi muito mais do que isso. Johnny a chamava de "a parte mais real de minha vida virtual!" Ela adorou estas palavras. E acreditem ela mereceria muito mais. Kate me ajuda a entender melhor pq pessoas legais como eu e Johnny não damos sorte no amor. Explico. Kate sofre do mesmo mal. `E uma maravilha não descoberta. Tem charme e inteligencia. E ainda conhece música. Kate não pertence a ninguém. Não sei dizer se ela passa pela gente ou a gente é que passa por ela. Kate Avenue, avenida das ilusões. O prefeito de Londres deveria declarar ponto facultativo e espalhar cartazes pela cidade: "Kate is Here!" Ela iria adorar. Vamos sentir saudades de nossa amiga. Não estranharemos se ao andarmos por Londres avistarmos uma placa com seu nome. "Kate Avenue", o mais novo ponto turístico de Londres. "Estes ingleses tem muita sorte!"

Tuesday, May 08, 2007

A Próxima Estação

Chove em Floripa. Johnny e eu acordamos cedo. Estranho o sorriso em meu rosto, não parece normal, ou melhor, parece, mas é novidade para mim. Nunca me senti tão bem depois de terminar um realacionamento. Acho que isto está acontecendo, pq na verdade eu não tinha um relacionamento propriamente. Estava vivendo uma idéia daquilo que eu gostaria que fosse. Mas, acabou, já era! Johnny até ficou um pouco abatido, mas tratei logo de ir dizendo para ele parar de bobagem. Não gosto de ficar analisando minhas ex, nem de tecer críticas após o término. Isso não se faz. No entanto, estive pensando por estes dias em muitas coisas e cheguei a conclusão que não saí perdendo. Muito pelo contrário, acredito que ambos saímos ganhando. Johnny e eu. Agora é esperar a chuva passar, o sol abrir, e abraçar a vida, o mundo, as pessoas queridas, as coisas ao redor. Johnny e eu estamos de partida rumo a próxima estação e do passado só vemos "minipartículas sumindo no horizonte infinito". Bye!

Friday, May 04, 2007

Um Outro Amanhã

Hey, Johnny! Levanta a cabeça rapaz! Com o tempo o salgado fica doce e então vc verá que o mundo não está contra vc. Até pode ser que ele não lhe mereça, mas não vai ser por isso que vc vai aceitar as asinhas que o cara lá em cima anda lhe oferecendo. Deixa quieto meu querido! Se está frio pegue uma bebida quente. Se está quente banho frio meu rapaz. Sozinho? Não é nenhuma novidade para vc. E pensando bem, não existem muitas pessoas no mundo que merecem sua companhia. Vamos ler uma revista, escutar um jazz. Vamos fazer aqueles projetos todos vingarem, vamos ganhar alguns trocados. A gente sabe, dinheiro não compra felicidade. Mas, também é melhor estar triste dentro de uma cobertura do que numa kitinete. Vc precisa de amor, não é mesmo? E não se contenta com amores baratos, de promoção? Sim, eu sei. Não esquenta, uma hora acontece. Vc anda cansado destes tombos, não é mesmo? Sim, rapaz...qualquer um estaria. Mas, vc é forte Johnny. Vc é um f.d.p forte pra k! Quando vc se corta, vc gosta de espremer a ferida, não é mesmo? E vc nem chora nestas horas. Vc é forte mesmo Johnny. O mundo precisa de vc. Nem que seja para provar a todos que sempre existirá um outro amanhã.
Sem Lágrimas

Por enquanto me nego a chorar. E não sei se chorarei por alguém mais nessa vida. Apenas me entrego a um sentimento de inércia, que se não faz meu coração parar, o faz bater fraquinho e quase que em completo silencio. Sinto os olhos cansados e um sono de quem sabe que se dormir não vai sonhar. Então, sigo acordado. Sigo acordado e procuro viver essa comédia sem graça e de humor negro. Preciso refletir sobre algumas coisas e tentar encontrar não uma explicação mas alguma coisa que não me faça perder a fé em mim mesmo. As pessoas tem uma visão tão simplista das coisas, tão oca, que por vezes me assusta. Mas, confesso que preciso mudar um pouco mais. Tenho que encontrar uma maneira de me manter vivo e lúcido neste mundo insano e cruel. Não, não vou perder a minha fé e nem me sentir culpado. Eu vou seguir. Que o frio venha e faça meu corpo tremer mesmo qdo os termometros marquem 28°, que a chuva venha e molhe meu corpo pq não vou me importar. Apenas seguirei em frente, sem lágrimas nos olhos, levando comigo minhas cicatrizes. Não quero minhas lembranças. O sabor doce das coisas , por vezes, é muito curto. Já o gosto amargo perdura na minha boca.
Recomeçar

Tento encontrar algumas respostas, mas percebo que muitas vezes é preciso aceitar o que a vida nos dá. Simplismente, fechar os olhos e suspirar. Foi. Aconteceu. Já era. Muitas vezes sinto vontade de chutar tudo pro alto e gritar: foda-se! Outras vezes, apenas fecho os olhos e imagino que é melhor assim, a vida sempre continua. Recomeçar. Sinto que a minha vida é uma repetição contínua dessa palavra. Estou sempre correndo de um destino falido para outro. Tenho abraçado muitas causas, causas que não deveriam ser minhas, que deveriam passar batido. Eu deveria fechar os olhos pro mundo, pras coisas a minha volta e simplismente seguir o meu caminho. Mas meu olhar crítico não me permite. Eu tenho sempre que aceitar os defeitos dos outros , entender tudo e ser um bom moço. Confesso que ando me sacaneando. Sim, estou sabotando minha felicidade. Tenho e preciso aprender a ser egoísta. Acho que se não for assim...deus arrisca a me dar asas. Mas, eu não preciso delas, ao menos por enquanto. Uma vida comum, normal, é isso que eu preciso. Desliguem todas as luzes, me deixem por um instante longe deste turbilhão de sentimentos e de imagens em preto e branco. Preciso descansar. Alguém aí em cima me acorda quando o sol tiver se posto.

Wednesday, May 02, 2007

A Despedida

Cris está partindo. Depois de alguns meses nossa hóspede resolveu ganhar o mundo. Johnny ainda não teve muito tempo para pensar no que está acontecendo. Mas, sinto que ele vai superar este golpe. Confesso que tenho perdido a minha fé e Deus talvez esteja me castigando. Ainda não sei exatamente pq, mas sinto que ele tem os seus motivos. A casa vazia é o próprio retrato da solidão. Na verdade todos nós sabíamos que isso iria acontecer. Mas, pq será que dói tanto? Desisti de encontrar explicação para as coisas deste mundo, e na verdade me sinto um pouco cansado. Não sinto vontade de chorar e muito menos de sorrir...acho que morri um pouco mais. Tenho perdido meus pedaços há tempos e estou prestes a virar uma caricatura de mim mesmo. Algo sem graça, sem jeito e sem vontade de qualquer coisa. Mas, sinto que vai passar. Hoje está nublado, amanhã talvez faça sol. Se estou sozinho, abraço a mim mesmo. Se estou com alguém, abraço este alguém como se não houvesse amanhã. E como na música não esqueço, que na verdade não há. Espero que nossa hóspede encontre o seu caminho, pois Johnny e eu seguiremos tentando. Dragões e fantasmas, jardins de pedra, anjos sem asas...tantos males que nos perseguem. Mas, estamos vivos. Incrivelmente vivos e tristes. Tristes por não sabermos qual mal pior...a vida que vivemos ou a que deixamos de viver. Johnny me puxa pela mão e pede com o olhar pra que eu o acompanhe. Ele me leva até o jardim da casa e me mostra a flor que nasce por entre as ervas daninhas. Eu sei que sempre haverá esperança, caro Johnny. Eu sei que não iremos desistir, mas pq será meu caro amigo que é tão dificíl dizer...adeus?!