Johnny não me disse nada pela manhã, mas pude notar que acordou feliz. Os fantasmas deram um tempo e voltaram a interpretar a sua condição de mobília na casa vazia. Melhor assim. Como disse, outro dia, não me assusto mais com eles. Sei que vão estar sempre presentes na minha vida. O que me assusta é que não domino as minhas reações. Algumas vezes tudo é tão breve como um beijo de despedida, e em outras tudo se arrasta como uma noite sem fim. Mas já não existe desespero, apenas um gosto amargo e a certeza que jamais esquecerei. Não guardo mágoas por muito tempo, mas carrego cicatrizes que teimam em sangrar. E não importa quanto tempo eu viva, elas sempre estarão lá, estampadas em meu peito e gravadas na minha alma. São medalhas e troféus de guerras insanas. E não existem vencedores. Por isso não estranho, quando choro ao ver em outros rostos, a dor que um dia senti. Mas sigo em frente,carregando minha pequena sala de troféus , rumo a uma nova estação.
Friday, September 15, 2006
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