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Johnny Escreve Canções Sobre Fantasmas

Wednesday, November 08, 2006

Vinhos & Amores

Meus amores são como vinho, tinto, de sangue. As vezes, me iludo, com vinhos baratos, de promoção, que descem queimando meu peito, acabando com toda esperança de amor, que esperava ser bom. Outras vezes, me encanto com vinhos bons, caros e de sabor raro. Desses que bebemos, como se deve, aos poucos. Saboreando, gosto, corpo e buquê. O tempo e a vida me fizeram sommelier, me deixando um pouco exigente. Meu olhar examina, em seus rótulos, safra, origem e teor alcoólico. Não quero nenhum amor que me dê ressaca. Quero um amor desses encorpados, de sabor marcante. Que comece leve, para nos prender depois, como um beijo bom, que nos reserva o melhor para o final. Nunca esqueço de servir, em copo e temperatura adequados. Todo vinho e todo amor, quando abertos devem respirar. Tudo isso, faz com que seu sabor seja sempre diferente. Todo vinho é único e todo amor não tem igual. As vezes me engano, achando que um pode ser igual a outro, mas depois percebo que são diferentes. Confesso muitas vezes os achar parecidos, para depois notar suas nuances e particularidades. Ainda não encontrei nenhum vinho que me faça prender, assim como um amor, desses que nos faz suspirar, e acreditar ser verdadeiro, os anos de espera e o preço por ele pago. Mas, mesmo assim, sigo provando, um aqui e outro acolá. Quem sabe baco não me ajude a encontrar um que faça passar esta sede, interminável, que eu tenho de amar.

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