Relendo "On The Road"

Chove em Floripa. Fim de semana cinza. Mas para mim restaram algumas estrelas. Algumas poucas estrelas solitárias, desfilando pelas páginas, amareladas, de um exemplar, da nona edição, do clássico da geração beat, "On The Road". Resolvi reler o livro, mais uma vez. Suas figuras vagabundas, a liberdade e a poesia escondida em suas páginas, são pura adrenalina contra o tédio destes dias sem sol. Fico imaginando uma nova versão para essa história, que se repete toda vez que alguém percebe que o que se transforma em vida não é a literatura, mas sim o contrário. Interrompo a leitura toda vez, que ouço um som interessante no rádio. E isso se faz quase que invariávelmente a todo instante. Cortesia do "Gasômetro". Leia-se, Gastão Moreira & Cia. Desse modo, decido inventar uma possível nova trilha sonora para este clássico livro. Como seria embalar "Sal" e "Dean Moriarty", com algo que não fosse o jazz da história original? Talvez, se Kerouac tivesse feito todas aquelas viagens, no final dos anos 60 e não no final dos anos 40, tudo o mais seria pura lisergia. Fico imaginando, os anti-heróis da América, percorrendo os bares e as estradas, ao som de Neil Young, Bob Dylan, The Doors, Velvet Underground e outros. Só de pensar nisso, sinto vontade de trazer todos estes malucos para nossos dias. Na verdade sei que eles viveram por aí nos anos 60, 70 e 80, em cada um de nós que lemos e relemos suas aventuras. E de fato, seja qual for a estrada, a época ou a trilha sonora, a "viagem" nunca termina. "On The Road 4EVER"!