Nada é para sempre

Sempre digo que viver é a arte de se reinventar. Ninguém nasce e morre igual. Por isso, digo que durante uma vida morremos e nascemos muitas vezes. Toda vez que um ciclo se encerra, que alguém parte ou que um amor acaba, nós perdemos um pouco do brilho no olhar. E viver sem um brilho nos olhos não é viver. É preciso reinventar-se. Apaixonar-se novamente por si mesmo e não apenas apontar ou procurar nos outros o motivo da sua dor. É preciso gostar de si mesmo, ter amor próprio. Respeitar-se. Toda vez que um sentimento nos diz adeus, algo de nós parte junto. Mas, isso não significa que não podemos sentir outra vez. Viver é um amar-se eternamente. Quem gosta de si mesmo, nunca está sozinho. Eu sigo sempre o meu caminho, em dias de sol e de chuva. Em dias de amor, em dias de dor. Por vezes, ando só (sem alguém ao meu lado), mas jamais estou sozinho. Lembro-me de uma vez em que estava triste e até mesmo deixava escapar umas poucas lágrimas que pareciam se suicidar, num silêncio interminável. Olhava através da janela, além, muito além. No horizonte, lá onde as águas findavam, encontrei o meu sorriso. Era um sorriso triste, que fazia meu rosto doer. Mas, não mais chorei. Nada é para sempre. E assim como o horizonte que não termina, ali onde meus olhos podem ver, a esperança e a fé em mim mesmo tb não terminam. Nesse dia resolvi virar mais uma página em minha vida. E depois disso, outras tantas páginas foram viradas. E desde sempre, jamais deixei de acreditar. Jamais deixem de acreditar que podemos ser felizes, sempre. Basta amar a si mesmo.